Mariam Abed Ali
Semana da mulher e como multiplicar o poder feminino
O dia das mulheres como uma data comercial é só um detalhe. Se pararmos
para olhar historicamente falando, iremos nos surpreender! Mas essa parte eu deixo
para minha amiga e jornalista Kitty Lopes falar aqui no Mezcla Mulher.
Hoje, quero te trazer algumas reflexões sobre ser mulher. Já parou para pensar
que a rivalidade entre mulheres cresce, tanto pela sua própria insegurança, quanto por
aquela implementada pelo seu ou sua parceira, pela família, colegas de trabalho,
amigos etc.? Há anos que ouço na minha sala de atendimento a seguinte frase: “Ela é
mais bonita, inteligente e bem sucedida do que eu. Que chance eu tenho?”
A competitividade como “incentivo” para sermos melhores ou notadas dentro
dos ambientes da nossa rotina, transforma o dia a dia da mulher em uma jornada
EXAUSTIVA quando é feita com bases de comparação. Quanto mais lançarmos um
olhar frustrante para nós mesmas, olharemos com mais raiva ainda para o que há de
diferente na outra pessoa e assim, começamos a menosprezar, destruir, diminuir o
outro para nos sentirmos MAIS. O contrário também acontece. É necessário quebrar
crenças e padrões não só de beleza impostos, mas de pensamentos e sentimentos de
punição quando não conseguimos alcançar o que eu, você, nós não temos no
momento. Às vezes, o que é bonito aos nossos olhos, o que é ser
considerado suficiente, é indiferente aos olhos de alguém. Vejo muita falta de estender
a mão para outras mulheres por conta desse pensamento de “ela não pode estar
melhor do que eu”. Porém, quanto mais você estende a mão, mais você se sente
inteira. Vou te explicar aqui: cuide da sua casa primeiro para que a sujeira não se
espalhe pelo seu jardim. Comece abraçando o seu mundo, que consiste em #saúde
física, mental e espiritual, seus sonhos, objetivos e verá o quanto você transborda.
Quando estiver transbordando, o que você doar de si não irá te faltar, e sim,
multiplicar. Não é sobre se comparar e sim aplaudir o que você e as mulheres ao seu
redor são e não o que cada uma tem.
Não busque perfeição, apesar de ser algo muito falado dentro da realidade que
vivemos. Busque sua melhor versão e doe para o mundo. É errar tentando acertar.
Doe uma boa intenção mesmo que o resultado não seja o esperado. É reconhecer o
erro e corrigi-lo de coração. O poder feminino é lindo! Imagine juntar vários poderes
assim? O quão longe a gente chega? Quando julgar, pare exatamente no momento,
reflita e se corrija! “Eu não preciso ser melhor do que ela para me sentir melhor e eu
não preciso desmoronar para que eu reconheça o melhor no outro.” Comece a
enxergar de que maneira você pode ser bonita do seu jeito e admirar outra mulher
sendo bonita à sua maneira. Somos feitos de polaridade, negativo e positivo. Isso nos
dá equilíbrio. Existe uma completude nisso tudo. Nós teremos reações boas e ruins no
caminhar dessa vida. Por isso, precisamos ter mais calma, respirar fundo, não nos
punir pela parte ruim e sim agir, reconhecer e ressignificar essa atitude, esse cenário,
momento para ter um andar mais leve, livre, solto e começar a desfrutar o que é ter a
sua melhor versão. Se acolher e se corrigir, dá espaço para acolher a outra pessoa
como ela é também. E tudo isso, nos torna melhores. O pedido de desculpas mais
sincero diante dos erros que cometemos é a mudança de #comportamento feita de
maneira reflexiva e compreensiva. Comece por você mesma e multiplique, um dia de
cada vez.
Dessa forma, começamos a degustar a #empatia, o #empoderamento,
#respeito pela nossa e pela história de cada #mulher que passa e fica, ou
simplesmente, que só vem deixar uma flor em nosso jardim. Se cada história por si só
tem o que ensinar, imagine o que podemos fazer juntas? Cada uma com sua
essência, vivência, beleza, dor, aflições e alegrias. O feminino é a mistura do
acolhimento em momentos de vulnerabilidade, acompanhado do rugido transparecido
na delicadeza exuberante da força que temos. Que tome conta de vocês sempre para
o bem.
Plante, regue, agregue e aceite receber também. Convide suas amigas para
uma chamada de vídeo, cada uma coloca sua melhor roupa, passa um batonzinho, faz
um coque no cabelo e abre um vinho. Façam um brinde pelo poder feminino e singular
de cada uma. Celebrem-se!
Aquele abraço,

Mariam Abed Ali @bortocali , 29 anos, de origem árabe, bacharel em Estética & Cosmetologia, empreendedora, colunista da Mezcla Mulher, fala sobre saúde e autocuidado, inspirado em sua trajetória.