Natacha Oliveira
Cair e levantar? Nem sempre é possível.Precisamos conversar sobre quedas!

O nosso equilíbrio é o resultado da interação que acontece de forma harmônica
entre os sistemas do nosso corpo, dentre eles o sistema vestibular, visual,
somatossensorial e musculoesquelético. Com o processo de envelhecimento,
componentes destes sistemas sofrem perdas e desgastes e isto pode prejudicar nosso
controle postural e nosso equilíbrio.
É importante reforçar que pessoas de todas as idades apresentam risco de cair,
mas na população idosa este evento tem uma relevância. Segundo a Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia a definição de queda é o deslocamento não
intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de
correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo
a estabilidade.
No Brasil, a prevalência de quedas por ano em idosos varia entre 10-35%. Na
população idosa a queda é motivo de alerta devido aos possíveis desfechos, tais como,
restrição das atividades de vida diária, Ptofobia (medo de cair), fraturas, hospitalizações,
incapacidades e morte.
Nossa... Que pesado! Por que falar sobre isto em uma revista feminina Natacha?
Precisamos falar sobre isso porque os estudos mostram a associação de quedas ao sexo
feminino, idade avançada, o fato de viver sozinha também é um fator de risco, a
utilização de mais de cinco medicações de uso contínuo, doenças crônicas, redução da
visão ou audição, além dos fatores ambientais.
Existem fatores intrínsecos, extrínsecos e comportamentais. Nos fatores
intrínsecos podemos listar aqueles que são inerentes ao próprio sujeito, como sua idade,
doenças pré-existentes, se existe comprometimento dos sistemas de controle postural.
Os extrínsecos são aqueles relacionados ao ambiente, como por exemplo, seu tapete
favorito que fica solto e que pode resultar em quedas, iluminação insuficiente, degraus ,
falta de acessibilidade. Já os comportamentais são por exemplo seu hábito de não
acender a luz quando vai ao banheiro à noite, utilizar calçados inadequados, hábito de
subir no banquinho para pegar pratos ou potes no armário.
A Fisioterapia em Gerontologia te auxilia na avaliação destes fatores de risco, na
avaliação ambiental e na sua avaliação física e cognitiva, além de traçar o plano de
tratamento alinhado com os objetivos do paciente e do que é observado. Na fisioterapia
utilizamos exercícios multicomponetes que focam em equilíbrio, força, agilidade,
coordenação, aeróbico, dupla tarefa, além de exercícios que estimulam também a
cognição (atenção, memória...). Além disso, também utilizamos estratégias para
trabalharmos o sistema visual, vestibular.
A prevenção é sempre a melhor opção seja através do controle dos fatores de
risco, cuidando da sua saúde física, praticando exercícios terapêuticos (Profissional -
Fisioterapeuta) ou exercícios físicos (Profissional da educação física). O exercício tem
um papel importante e neuroprotetor, isso significa que ele é bom para nosso corpo e
para nosso cérebro. No assunto quedas não existe um super herói. Por este motivo as
recomenda-se ainda visita ao médico Geriatra, visitas aos audiologista, oftalmologistas
e acompanhamento por equipe multiprofissional.